sábado, 5 de setembro de 2009

Dançámos pela noite dentro, conversámos sobre nós...
(...)
Depois daquela cena que a mim me pareceu retirada de um dos meus piores pesadelos, concentrei toda a força que ainda me restava e saí.
Não me ouviste ir embora, estavas na varanda a fumar um cigarro, mas assim que chegaste à sala e já não me viste caída a um canto, deves ter-me insultado com todas as palavras feias que conheces... Já tinha saído mas mesmo que lá continuasse, não as teria ouvido... Estava surda e muda, mergulhada na desilusão que me causaste. Fui incapaz de proferir uma única palavra até ao raiar do sol, nem um "está tudo bem" ao senhor que passava apressado mas com tempo para me perguntar se estava tudo bem, menina.
O que doía não eram os braços, agora negros depois de algumas horas, nem as costas que não me permitiam deitar, nem tampouco as feridas abertas na cara. O que mais doía era uma ferida que eras incapaz de ver assim, a olho nu. Aquela ferida que abriste cá dentro, no meu coração. O que custava não era a dor física, era a outra.
Menti aos que não eram capazes de me decifrar, aos que não me conhecem o suficiente para saberem quando o estou a fazer. Menti por ti, porque o amor continuava; menti por mim, porque não queria ser alvo de pena, sabes que nunca gostei que a tivessem de mim...
Uns dia mais tarde, pediste desculpa. Não querias fazê-lo mas estavas demasiado embriagado para conseguir distinguir o certo do errado....
Não poderia, jamais, desculpar-te.. O pouco que restava do meu amor-próprio não mo permitiu!


Decidi contar esta história de uma forma diferente... Ocultei o desenvolvimento, dando privilégio à conclusão.
Nesse intermédio, foste um verdadeiro príncipe, o que me faz ter boas recordações daqueles anos. E foram essas boas recordações que me fizeram saltar logo para o final da história, não queria sequer ceder e, correr o risco, de sentir saudades.
Vivemos um conto de fadas, tu príncipe e eu princesa, mas não tivemos um final feliz...


Foste um erro, mas sempre me disseram que é com eles que se aprende.
Por aqui te encerro...

3 comentários:

  1. Gostei mto da forma como desenrolaste a historias,sem pormenores descritivos, de modo mais abstracto mas envolvente. =)
    Pena o conto de fadas não ter dado certo "/ enfim. **

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  2. Se tu soubesses o quanto te admiro querida...
    Na verdade já o sabes, já te disse vezes sem conta, nas nossas conversas paralelas, que tomava como exemplo a tua força, a tua coragem...

    Fazes bem em encerrar o tal assunto por aqui.. Não merece, tampouco, as tuas palavras.

    Um beijinho e um abraço forte, forte da querida mais querida das queridas (segundo dizes xD)

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  3. Li o teu post. (confesso nao saber como aqui vim parar.)
    Os erros (a)pagam-se.
    Gostei da forma como escreveste, de tal forma que, me apetece antes de sair, dar-te um abraço..sentido.
    :)

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